*Por Alan Kardec

A boa Gestão da Manutenção passa por questões básicas que nem sempre são observadas pelas empresas que não atingiram, ainda, a Excelência. Neste contexto está incluído o processo Manutenção que é muito importante para ajudar a Organização a alcançar suas metas estabelecidas no Planejamento Estratégico. Neste artigo vou abordar, de maneira resumida, o que penso em como fazer esta caminhada básica.
- MISSÃO DA MANUTENÇÃO: Garantir a Disponibilidade e a Confiabilidade dos ativos de modo a atender a um processo de produção, com Segurança, preservação do Meio Ambiente e Custos otimizados.
- VISÃO: Se ainda não é o benchmark, é importante procurar tornar-se. Se a Organização possui vários ativos localizados no Brasil e, até mesmo, no mundo, deve-se estabelecer a Visão de tornar-se benchmark no Brasil e, em um segundo momento, tornar-se benchmark mundial, entre os seus concorrentes.
- RISCO: A Manutenção e a Operação gerenciam Riscos. Quais Riscos? Perda de Produção, Perdas Financeiras, Acidentes Operacionais/ Pessoais, Ocorrências Ambientais e Sociais.

Estes 3 aspectos, Missão, Visão e Risco, devem ser muito claros para a Organização e para todos os seus Colaboradores e, sobretudo, que os seguimentos persistentes se transformem em práticas.
1º) A Manutenção e a Operação: Uma questão fundamental é que a Manutenção e a Operação devem ser parceiras e protagonistas nesta caminhada. Infelizmente, nas Organização que não atingiram, ainda, o estágio de Excelência, estes 2 processos são muito mais antagonistas do que parceiros e, desta maneira, criam “dois mundos” desconectados e deixam de ser atores proativos da Gestão Estratégica Empresarial.
Esta parceria Manutenção e Operação é fundamental para a caminhada rumo ao benchmark.
2º) Falando em Excelência: Voltando para a Manutenção, podemos caracterizar as organizações em três tipos: Atrasadas, Medianas e Excelentes. Considerando, apenas, os tipos de Manutenção empregados podemos diferenciá-las da seguinte maneira:
•Organizações Atrasadas: Manutenção Corretiva Não Planejada próxima de 100%, é o conhecido “Quebra – Conserta”, altamente indesejável. Manutenção Preventiva, Preditiva e Engenharia de Manutenção praticamente inexistentes. No Brasil, infelizmente, o percentual de Organizações nesta categoria é de, aproximadamente, 30%.
•Organizações Excelentes: Manutenção Corretiva Não Planejada para Ativos Críticos menor que 10%. Para ativos classificados como “A” e “B” na Matriz de Criticidade, a Manutenção Preventiva é de até 30%, a Manutenção Preditiva é maior que 50%, a Engenharia de Manutenção é Sistematizada e a Manutenção Prescritiva já implantada ou em implantação para os ativos críticos. No Brasil, o percentual de Organizações nesta categoria é de, aproximadamente, 20%.
•Organizações Medianas: Estão entre as 2 citadas e esforçam-se para caminhar rumo às Organizações Excelentes. Representam aproximadamente 50%.
3º) Moral do Pessoal da Manutenção: É uma outra questão indispensável e podemos afirmar, com total segurança, que “Nada é mais impactante para a Moral e Motivação do Pessoal do que ter-se uma Disponibilidade e uma Confiabilidade crescentes dos equipamentos”. Uma equipe Capacitada e Motivada é Fator Crítico de Sucesso
4º) Questão de redução de custo da Manutenção: Em empresas que ainda não atingiram a excelência, é muito comum a Manutenção ser cobrada, enfaticamente, pela Redução de Custo.

Considero isto um Risco, já que o Custo é resultado da estratégia e práticas adotadas. A visão estratégica correta é Otimização de Custo. Vou exemplificar, apenas, com os tipos de manutenção adotados e os resultados alcançados. No gráfico a seguir, mostra, na ordenada à esquerda, a evolução positiva dos resultados macro: Disponibilidade, Confiabilidade, Segurança e Meio Ambiente. Na ordenada à direita, mostra o resultado do Custo em sentido inverso, com a evolução dos tipos de manutenção adotados. Ou seja, na medida que evolui a aplicação dos tipos de Manutenção os Resultados Macro aumentam e o Custo Reduz. É isto que chamamos de Otimização de Custo e não Redução de Custo.

4º) Itens de Controle / Indicadores / KPI’s: É importante ter uma clareza que temos 02 tipos de Indicadores.
• Indicadores de Eficiência: Avaliam a eficiência da Manutenção e não estão diretamente conectados aos Resultados Empresariais. Alguns exemplos: Gerenciamento de Estoques, Produtividade, Backlog, Percentual de Ordens de Trabalho Realizadas, entre outros. Ajudam os Indicadores de Eficácia.
• Indicadores de Eficácia: Impactam diretamente o negócio da Organização e a sua
Sustentabilidade Empresarial. Alguns exemplos: Disponibilidade, Confiabilidade,
Segurança, Segurança Ambiental e Aspectos Sociais.

As empresas que já estão no estágio de Excelência utilizam os dois tipos de Indicadores, dando prioridade aos Indicadores de Eficácia. As empresas que ainda não atingiram a Excelência tendem a priorizar os Indicadores de Eficiência e pouca atenção aos Indicadores de Eficácia, o que é, na minha visão, uma priorização inadequada.
Manutenção 4.0: Para a adoção dos critérios da Manutenção 4.0 é conveniente que seja precedida destas questões básicas já implementadas. As organizações Excelentes já estão nesta caminhada.
Abordarei esta questão em um outro artigo.
É UM CAMINHO SEM VOLTA E INDISPENSÁVEL!
Alan Kardec é Consultor Empresarial, de Gestão de Ativos e de Manutenção.
Excelente.
Excelente artigo, sempre bom ler sobre aquilo que acreditamos e buscamos incessantemente.😍
Excelente!