Haroldo Ribeiro
A Manutenção Produtiva Total (TPM) é uma metodologia de gestão que busca maximizar a eficácia dos sistemas de produção por meio de um envolvimento abrangente de toda a organização. Originada no Japão e amplamente reconhecida por suas contribuições à melhoria contínua, o TPM integra técnicas de manutenção e gestão com um foco intenso na prevenção de perdas e falhas.
Origem
O TPM foi criado no Japão em 1967 pelo Japan Institute of Plant Maintenance (JIPM) e recebeu reconhecimento mundial em 1971, quando a Nippon Denso Co. Ltd., uma empresa do Grupo Toyota, foi premiada com o Prêmio PM. Esta distinção marcou o sucesso da implementação do TPM como uma cristalização de técnicas inovadoras, como manutenção preventiva, gestão do sistema de produção, prevenção da manutenção e engenharia de confiabilidade. O modelo propõe uma abordagem holística para melhorar a produtividade e reduzir desperdícios.
Características
O TPM se distingue por uma estrutura corporativa bem definida e orientada para a maximização da eficácia dos sistemas de produção. Seus principais elementos incluem:
Prevenção Total de Perdas: Busca erradicar falhas dos equipamentos, defeitos dos produtos, perdas dos processos, acidentes, doenças ocupacionais e poluição.
Envolvimento Total: Incorpora a participação de todos os departamentos e níveis hierárquicos.
Gestão Compartilhada: Foca no engajamento de equipes para resolver problemas e melhorar continuamente os processos.
5S - A Base para o TPM
Uma das bases do TPM é a metodologia 5S, que cria um ambiente favorável tanto do ponto de vista físico quanto comportamental. Esta abordagem promove organização, limpeza, disciplina e sustentação no ambiente de trabalho, permitindo que o TPM seja implementado de maneira eficaz.
Os Pilares Técnicos do TPM
O TPM é sustentado por pilares técnicos que contribuem diretamente para a maximização da eficiência global dos equipamentos. Estes pilares são:
Melhorias Específicas: Focado em atacar perdas por meio de grupos de melhorias, promovendo soluções inovadoras para problemas recorrentes.
Manutenção Autônoma: Visa habilitar operadores a cuidar adequadamente dos equipamentos, garantindo maior responsabilidade, conhecimento e mantendo a confiabilidade.
Manutenção Planejada: Utiliza a engenharia de confiabilidade para gestão eficiente dos equipamentos e prevenção de falhas.
Melhorias no Projeto: Introduz o conceito de "Custo do Ciclo de Vida do Equipamento" em novos equipamentos, reduzindo custos e aumentando a longevidade.
Manutenção da Qualidade: Assegura que os equipamentos mantenham as condições ideais para evitar defeitos nos produtos e alcançar "defeito zero".
Os Pilares Complementares do TPM
Além dos pilares técnicos, o TPM também conta com pilares complementares que contribuem indiretamente para melhorar a eficiência global do sistema de produção. Eles são:
Educação & Treinamento: Capacita e conscientiza os colaboradores para aderirem às práticas do TPM.
Segurança e Saúde: Busca a eliminação de acidentes e doenças ocupacionais, promovendo condições seguras de trabalho.
Meio Ambiente: Almeja poluição zero por meio da confiabilidade dos equipamentos e da eliminação de impactos ambientais.
TPM em Áreas de Apoio (TPM Office): Focado na maximização da eficiência das atividades de apoio, transformando departamentos em "Fábricas de Serviços".
Conclusão
O TPM vai além da simples manutenção, promovendo uma cultura de melhoria contínua e engajamento organizacional. Ao integrar todos os pilares, técnicos e complementares, ele permite que empresas alcancem altos níveis de produtividade, qualidade e segurança. Assim, o TPM não é apenas uma ferramenta de manutenção, mas uma filosofia que transforma a forma como as organizações operam, criando bases sólidas para a excelência operacional e a sustentabilidade a longo prazo.
Haroldo Ribeiro é consultor especializado no Japão, e autor de 36 livros sobre 5S e TPM, desde 1994.
E-mail: pdca@terra.com.br
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