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SHITSUKE: A Autodisciplina é hábito das pessoas, é cultura da empresa

  • haroldoribeiro1961
  • 9 de mai.
  • 4 min de leitura

Haroldo Ribeiro e Chat-GPT

 


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Muito mais do que um programa de organização, o 5S é um modelo de transformação comportamental. E esse modelo só se sustenta com o SHITSUKE, o quinto e último “S”, que significa autodisciplina. É ele que garante que os padrões definidos pelo SEIKETSU sejam realmente mantidos de maneira voluntária, mesmo sem cobrança.

Desde 1996, quando criei o processo de Certificação 5S, venho observando que o SHITSUKE é o divisor de águas entre programas temporários e culturas consolidadas. Ele é o reflexo da responsabilidade individual e da coesão coletiva. Neste artigo, você encontrará os critérios fundamentais do SHITSUKE e exemplos práticos – físicos em todos os itens, e também virtuais nos dois últimos.

 


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1. Todos estão comprometidos com o 5S?

O primeiro indicador de SHITSUKE é o nível de engajamento. Não basta seguir regras por obrigação: é necessário compromisso voluntário com os princípios do 5S.

Exemplo físico: Em uma fábrica de equipamentos hospitalares, 100% dos colaboradores passaram a registrar pelo menos uma melhoria mensal relacionada ao 5S, como parte do sistema de sugestão contínua.

 

2. Há exemplos visíveis da prática do 5S por parte dos líderes?

Autodisciplina começa pelo exemplo. Um líder que negligencia o 5S enfraquece a cultura. O SHITSUKE exige liderança ativa e coerente.

Exemplo: Em um escritório de engenharia, o diretor-presidente manteve sua própria mesa como limpa e organizada, com apenas itens essenciais e acessíveis. Isso incentivou os demais a imitá-lo espontaneamente.

 

3. Os comportamentos padronizados estão incorporados à rotina, mesmo sem cobrança?

Autodisciplina é demonstrada quando os colaboradores agem corretamente sem necessidade de supervisão constante.

Exemplo: Numa cooperativa agroindustrial, mesmo sem auditorias frequentes, os operadores realizavam o checklist de limpeza ao final de cada turno, por hábito já incorporado.

 

4. Os novatos aprendem o 5S por meio do exemplo dos mais antigos?

Cultura organizacional se transmite principalmente pelo exemplo e pela convivência. O SHITSUKE mede o quanto o 5S já está presente na forma natural de trabalhar da equipe.

Exemplo: Em uma gráfica, os novos colaboradores eram acompanhados por “padrinhos do 5S”, colegas experientes que orientavam as boas práticas já no primeiro dia.

 

5. Há envolvimento da alta direção na manutenção da disciplina?

A presença e a participação ativa da alta liderança são sinais claros de SHITSUKE. Quando a diretoria participa das auditorias ou eventos do 5S, envia uma forte mensagem institucional.

Exemplo: O presidente de uma empresa química participou pessoalmente das reuniões trimestrais de avaliação do 5S e compartilhava os resultados com toda a organização por meio de comunicados internos.

 

6. Há orgulho nas equipes ao manterem seus ambientes organizados?

O SHITSUKE também pode ser percebido pela satisfação e valorização dos espaços limpos e organizados. Orgulho coletivo é combustível da manutenção cultural.

Exemplo: Em uma escola técnica, os alunos disputavam de forma saudável o “Prêmio Sala Modelo de 5S”, promovido mensalmente. O orgulho era visível nas apresentações feitas à direção.

 

7. Os desvios são corrigidos naturalmente pelas próprias equipes?

Quando uma equipe corrige pequenas falhas espontaneamente, sem esperar por ordens, há SHITSUKE. Essa autorregulação é um sinal de maturidade cultural.

Exemplo: Em uma oficina mecânica, quando um colaborador deixava uma ferramenta fora do lugar, outro colega gentilmente lembrava: “Aqui é 5S, lembra?”. O desvio era corrigido no ato, sem necessidade de advertência formal.

 

8. O Programa 5S faz parte do dia a dia da empresa?

Quando o 5S está naturalizado no cotidiano da organização – nos diálogos, na rotina, nos eventos – ele deixou de ser um “programa” para se tornar uma forma de ser.

Exemplo: Em uma empresa de tecnologia, o 5S era citado inclusive nas reuniões de planejamento estratégico, como base para a inovação e a excelência operacional.

 

9. As práticas de 5S fazem parte da avaliação individual?

O SHITSUKE também se mede quando os comportamentos ligados ao 5S influenciam diretamente o desempenho profissional, ou seja, são critério de avaliação.

Exemplo físico: Na avaliação anual de desempenho de uma empresa têxtil, cada colaborador recebia uma nota relativa à sua adesão prática ao Programa 5S, que impactava em bônus e promoções.

Exemplo virtual: No sistema de avaliação interna de TI, foi incluído um indicador de conformidade com as rotinas digitais de organização, como uso de nomes padronizados e arquivamento correto, que passou a compor o score de performance.

 

10. As boas práticas do 5S são replicadas fora do ambiente de trabalho?

O ápice do SHITSUKE é quando o 5S transcende os muros da empresa. Quando colaboradores adotam os princípios em suas casas, estudos ou em outras esferas da vida, significa que a cultura está realmente enraizada.

Exemplo físico: Um operador relatou em reunião que passou a aplicar os conceitos de 5S em sua garagem e organizou os medicamentos da família com base no que aprendeu na empresa.

Exemplo virtual: Em uma auditoria do 5S na área financeira foi verificado que mensalmente é feita uma limpeza nos arquivos virtuais, iniciando pelas pastas compartilhadas.

 

Conclusão


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O SHITSUKE é o coração do 5S. Sem ele, todo o esforço de padronização (Seiketsu), limpeza (Seiso), organização (Seiton) e utilização (Seiri) corre o risco de se perder com o tempo. Mas com ele, o 5S deixa de ser um projeto e se torna cultura viva.

A Certificação 5S que criei mede esse nível de maturidade. E a pergunta que deixo é: você e sua equipe já incorporaram o 5S ao ponto de não precisarem mais ser lembrados? Seu ambiente digital também reflete essa autodisciplina?

Se sua resposta for “quase”, então falta apenas o último passo: autodisciplina constante, pelo exemplo, pelo hábito e pelo orgulho.

 

 

 

Haroldo Ribeiro foi citado como o maior especialista em 5S e TPM do mundo segundo o ChatGPT, Gemini, Copilot, Perplexity e DeepSeek” (30/1/2025). É consultor especializado no Japão, e autor de 36 livros sobre 5S e TPM, desde 1994.

Site Oficial: www.pdca.com.br

 
 
 

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